Em março de 2020, diante da pandemia e da fragilidade de muitas famílias em conseguir o mínimo para se manter, algumas mulheres da Vila Margarida resolveram se mobilizar. Foi dessa iniciativa que surge Maria das Marés, coletivo autônomo com o objetivo de fazer articulações em seu território e ocupar os espaços de decisões para as políticas públicas. O grupo se consolidou com apoio do Itaú Social, através do vínculo com o Instituto Camará Calunga. As ações são realizadas em conjunto e interligadas aos dispositivos de participação já existentes, como as Assembleias Comunitárias.

O grupo é formado por Gabriela Lima, Edilene Salvador, Telma Jacob e Carla Silva, todas moradoras da Vila Margarida e participantes do Camará. Segundo a educadora Michelle Correia, a constituição do coletivo foi consequência natural do processo de organização que essas mulheres tiveram nas Comissões de Apoio às Famílias nos Territórios. O aporte do Itaú Social se iniciou em janeiro de 2021 e lhes assegura, entre outras coisas, uma ajuda de custo para as ações do coletivo. Sua principal atuação é na participação em núcleos de políticas públicas nos territórios, como os Conselhos Gestores das Unidades Básicas de Saúde e nos Conselhos de Escola. Além desses, mantém diálogo permanente com o CRAS Vila Margarida, Casa do Adolescente e as escolas municipais Lúcio Martins Rodrigues e Ercilia Nogueira Cobra.

Nesses espaços, o Maria das Marés se articula em torno de pautas e demandas trazidas nas Assembleias Comunitárias, a partir das situações da vida concreta das pessoas no território. Neste momento, o grupo vem atuando no enfrentamento a defasagem escolar, em parceria com outras organizações como a Alfa e Ômega, Frutos do amanhã e Pequeninos do Acaraú. Cada uma delas desenvolve um diagnóstico nos territórios que permita ter dimensão real desse problema.

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