Prevenir o uso abusivo de álcool e outras drogas através da cultura, educação e do pensamento crítico. Esse é o objetivo do projeto “Territórios Calungas em Modo Prevenção”, desenvolvido pelo Instituto Camará Calunga com financiamento da Secretaria Nacional de Cuidado e Prevenção às Drogas – Ministério da Cidadania. Sua realização acontece a partir de uma emenda parlamentar da deputada federal Tábata Amaral, aprovada em 2020. As atividades se iniciaram em janeiro de 2021 e incluem a realização de atividades de formação, diálogo e articulação. Devido a pandemia, a previsão é que todas as ações aconteçam de forma online, mas há expectativa de que ao menos parte dos encontros aconteça de forma presencial, se as condições sanitárias assim permitirem.

Segundo o presidente do Instituto Camará Calunga, João Carlos Guilhermino da Franca, o projeto está definido em três metas que, juntas, contribuem para que os participantes reconheçam de forma mais profunda suas aspirações e desejos, além de construir coletivamente caminhos para realiza-las. São elas: 1. Oferta de processos educativos e de mobilização; 2. Oferta de ações culturais e práticas esportivas; 3. Acompanhamento das famílias para compreensão dos fatores que concorrem para o uso abusivo de álcool, tabaco e outras drogas e acesso às políticas públicas. João acredita que, em muitos casos esse uso abusivo se torna a opção mais acessível, quando não há perspectiva de realizar os anseios mais profundos que, muitas vezes, nem mesmo são identificados. “É fundamental abandonar a lógica punitivista e repressiva, e promover o diálogo para que as pessoas possam viver suas aspirações e motivações”, destaca.

Ao todo, 100 crianças e adolescentes e 50 famílias são atendidas. As ações acontecem através de grupos de estudo, ações culturais (teatro, dança e música) e prática esportiva. O acompanhamento às famílias é realizado por psicóloga e assistente social, que articulam o acesso aos serviços públicos que cada uma delas demanda. As situações identificadas são refletidas nas assembleias comunitárias, principal instrumento do Camará para formação, diálogo e mobilização. As questões individuais são levadas ao coletivo para uma compreensão aprofundada de causas, consequências e possíveis formas de enfrentamento. “Nós partimos das situações concretas. A análise e pensamento crítico sobre as situações apresentadas levam à ação coletiva”, completa João.

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